sábado, 6 de setembro de 2008

Manipulação

Essa coluna vai ser rapidinha mesmo, só pra não deixar passar em branco um fato grave que eu achei de suma importância debater por aqui.
Alguns bons amigos já chegaram a me dizer que eu me preocupo demais com esse lance da “paulistização” da mídia. Que o Flamengo é a maior torcida e sempre o será, independente de todo e qualquer movimento da imprensa de São Paulo, que hoje em dia domina a mídia nacional. Eu sei. E as últimas pesquisas vieram apenas confirmar isso, inclusive uma realizada pela primeira vez entre crianças – e que mostrou o Flamengo como tendo mais do que o dobro de torcedores mirins do que o segundo colocado.Esses dados são os que verdadeiramente importam.
Muitas vezes, sites e jornalistas vagabundos do estado bandeirante veiculam informação inverídicas a respeito do tamanho das torcidas no Brasil. No entanto, quando a manipulação parte de veículos de comunicação de massa e com cerdibilidade, a coisa é grave, e eu realmente me preocupo sim. Pelo simples fato de que, diz o velho ditado, “uma mentira contada mil vezes torna-se uma verdade”.

Por que tudo isto?

Pela falácia veiculada no portal Lancenet na noite de ontem, 04/09/2008, às 21:02.

http://www.lancenet.com.br/clubes/CORINTHIANS/noticias/08-09-04/376557.stm?timao-esta-em-fortaleza-sua-segunda-casa

Quer dizer então que o “Timão” se sente em casa quando joga no Ceará, pois “as últimas pesquisas dos institutos Ibope e DataFolha, realizadas em outubro de 2007 e janeiro deste ano” mostram que o Corinthians é a terceira maior torcida do estado do Ceará? Quer dizer então que a configuração das torcidas no estado seria, de acordo com estas pesquisas: “Ceará 26,3% dos torcedores; Fortaleza, 22,4%; Corinthians, 13,2%; São Paulo, 11,8%; e Flamengo, em QUINTO, 9,2%”???

MENTIRA!!!!!!

FALÁCIA!!!!!!

MANIPULAÇÃO!!!!!!

Pois vejam EXATAMENTE A TAL pesquisa do Datafolha, citada na “reportagem”:

http://datafolha.folha.uol.com.br/po/ver_po.php?session=538

Transcrevo:

Entre os moradores do Ceará, o Flamengo atinge 17% das menções. Fortaleza e Ceará atingem 8%, cada, percentual idêntico ao dos que citam o Corinthians como time do coração e próximo ao dos que citam São Paulo e a seleção brasileira (7%). Na capital cearense, os locais Fortaleza (18%) e Ceará (14%) disputam a preferência com o rubro-negro carioca (13%).

No ESTADO DO CEARÁ – que é o local citado pelo Lancenet, o Flamengo comanda de maneira avassaladora, meus caros. Tem mais que o dobro dos segundos colocados. Na capital, naturalmente, há uma força maior dos times da casa, o que não é suficiente para tirar do nosso Mengão do top-3.

Em Fortaleza, onde ocorrerá o jogo dos gambás rebaixados, a pesquisa Datafolha (instituto ligado ao jornal paulista Folha de São Paulo, diga-se de passagem) SEQUER FALA EM CORINTHIANS.

Meus queridos, isso é grave. Trata-se de uma informação mentirosa e parcial, veiculada no site do maior diário esportivo do Brasil. Estranhamente, um diário cujo proprietário é um flamenguista, mas que nos últimos tempos vem se notabilizando por enveredar maiores esforços em terras paulistas e em prol de seus torcedores. Um exemplo é a tal promoção da camisa histórica, que já foi lançada em São Paulo há mais de 6 meses mas que os torcedores dos times do Rio até agora não sentiram nem cheiro. Mas até aí tudo bem, talvez questões logísticas ou de outras naturezas expliquem. O inadmissível é que se manipule informações de modo a agradar uma torcida específica – principalmente quando esta torcida – é aquela sabidamente a queridinha da mídia e do mercado publicitário – sediados e focados em São Paulo.

A torcida do Flamengo exige uma retratação do portal e do diário em questão, sob pena de descredenciá-lo como fonte de pesquisa e leitura diárias, feitos por tantos de nós.

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Sabem por que times como estes tentam, tentam, mas nunca conseguem ser o que somos? Por pensarem e agirem como esse “grande ídolo brasileiro” aqui, que deu a seguinte declaração:

http://globoesporte.globo.com/Esportes/Noticias/Times/Sao_Paulo/0,,MUL748504-9875,00.html

“-Com todo respeito, não me imagino jogando a Copa do Brasil com um time que foi cinco anos seguidos para a Libertadores. Não me vejo jogando em Macapá em vez de Maracaibo (Venezuela)”



Arrogância, prepotência e preconceito não condizem com o que o povo espera de um time para escolhê-lo como paixão nacional. Como bem diz o meu amigo Daniel Tertschitsch , esse timinho pequeno-burguês nunca vai deixar de ser o que é. Elitezinha da moda. Nada mais.

Vinicius Paiva é Servidor público federal e escreve para o site aos sábados

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Direita ou Esquerda ?

Uma universitária cursava o sexto semestre da Faculdade. Como é comum no meio universitário, pensava que era de esquerda e estava a favor da distribuição da riqueza.
Tinha vergonha do fato de seu pai ser um rico empresário de direita e, portanto, contrário aos programas e projetos socialistas que previam dar benefícios aos que não mereciam e impostos mais altos aos que tinham mais dinheiro. A maioria dos seus professores tinha afirmado que a filosofia de seu pai era equivocada.
Por tudo isso, um dia, decidiu enfrentar o pai.
Falou com ele sobre o materialismo histórico e a dialética de Marx, as teorias de Lenin e Mao, procurando mostrar-lhe que estava errado ao defender um sistema tão injusto como o da direita.
No meio da conversa o pai perguntou:
- Como vão as aulas?
- Vão bem, respondeu ela. A média das minhas notas é 9, mas me dá muito trabalho consegui-las. Não tenho vida social, durmo pouco, mas vou em frente.
O pai prosseguiu:
- E a tua amiga Sônia, como vai?
Ela respondeu com muita segurança:
- Muito mal. A sua média é 3, principalmente, porque passa os dias em shoppings e em festas. Pouco estuda e algumas vezes nem sequer vai às aulas. Com certeza, repetirá o semestre.
O pai, olhando nos olhos da filha, aconselhou:
- Que tal se você sugerisse aos professores ou ao coordenador do curso para que sejam transferidos 3 pontos das suas notas para as da Sônia. Com isso, vocês duas teriam a mesma média. Não seria um bom resultado para você, mas convenhamos, seria uma boa e democrática distribuição de notas para permitir a futura aprovação de vocês duas.
Ela indignada retrucou:
- Por quê?! Eu estudei muito para conseguir as notas que tive, enquanto a Sônia buscava o lado fácil da vida. Não acho justo que todo o trabalho que tive seja, simplesmente, dado a outra pessoa.
Seu pai, então, a abraçou carinhosamente, dizendo:
- Bem-vinda à Direita!