sexta-feira, 21 de março de 2008

O Conhecimento e as Bactérias

Vivemos num mundo que é uma ficção subjetiva, uma representação mental perdida entre inúmeras, entre infinitas perspectivas possíveis. Nossos sentidos só enxergam a superfície de um ângulo da realidade e, para eles, todo o resto é negro e impenetrável. Não podemos abrir as cortinas da realidade para olhar o que está por detrás das aparências. Tudo que podemos conhecer é tudo aquilo que podemos tatear, às escuras, com as frágeis e trêmulas mãos do nosso intelecto.

Todo o nosso conhecimento, deste modo, não passa uma sofisticada suposição – que, apesar de lamentavelmente frágil e limitada, é tudo que temos. Nós nunca teremos quaisquer certezas plenas a respeito de quaisquer assuntos. Buscar verdades absolutas racionalmente é uma ingenuidade, é como correr de modo desesperado a fim de alcançar o horizonte – o anseio por tais verdades, ao contrário do que gostaríamos de acreditar, não nasce da busca pelo conhecimento, mas da busca pela segurança, pela paz na alma.

E, enfim, quem ainda pensa que, ao buscar o conhecimento, está lutando por uma causa supostamente nobre, está a enganar-se, pois isso não passa de uma autobajulação para justificar um esforço vão. A nobreza não existe; lutamos porque queremos, lutamos para nada e, no fim, nos tornaremos nada – para a felicidade das bactérias decompositoras.


Fonte: niilismo

Escolha e Moralidade

Nem sempre somos confrontados com uma escolha que se divide entre o bom e o ruim. Muitas vezes temos que optar entre o ruim e o pior. Esta realidade deve sobrepor ao idealismo imaturo daqueles que se negam a tomar a decisão que moralmente lhes cabe porque não desejam arcar com a desagradável conseqüência de seus atos.

O objeto de nossas escolhas não tem que dar bons frutos, mas somente resultar de uma ponderação sábia na contabilidade do prejuízo. Para piorar ainda mais, nem sempre contamos com o tempo necessário e nem com a informação minimamente disponível.

Não é o fim que justifica os meios, é o pior que justifica o ruim, e nossa responsabilidade não é de resultados, mas de meios. Esta é a essência da ética médica cuja atividade pode nos ensinar sobre a vida como inspirou Aristóteles na filosofia.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Sobre nossa vida, cotidiano

Nos dias de hoje, os edifícios são mais altos, as estradas são mais largas, porém, temperamentos pequenos e pontos de vista ficaram mais estreitos.

Gastamos mais, porém, desfrutamos menos. Temos casas maiores, mas, famílias menores. Temos mais compromissos, mas, menos tempo. Temos mais conhecimentos, mas, menos discernimento. Temos mais remédios, mas, menos saúde. Multiplicamos nossos bens, mas, reduzimos nossos valores éticos e humanos. Falamos muito, amamos pouco e odiamos demais. Chegamos à lua, mas, encontramos problemas para atravessar a rua e conhecer nosso vizinho. Conquistamos o espaço exterior, mas, não o interior. Temos dinheiro, porém, menos moral. É tempo de mais liberdade, mas, de menos alegrias. Dias de casas mais lindas, porém, lares desfeitos.

Por tudo isso, proponho que de hoje e para sempre, você não deixe nada para "uma ocasião especial", porque cada dia que você viver, será uma ocasião especial. Leia mais, sente na varanda do quintal, ouça o canto dos pássaros, admire a paisagem sem se importar com as tempestades. Passe mais tempo com a sua família e com seus amigos, coma sua comida preferida, visite os lugares que ama.

A vida é uma sucessão de momentos para serem desfrutados, não apenas para sobreviver. Use suas taças de cristal, não guarde seu melhor perfume, é bom usá-lo cada vez que sentir vontade.

Apague de seu vocábulo expressões como "um dia desses" e "algum dia".

Comece agora mesmo a escrever aquela carta que pensou escrever "um dia desses". Diga a seus familiares e amigos o quanto você os ama. Por isso, não protele nada daquilo que somaria à sua vida sorrisos e alegria. Cada dia, hora e minuto são especiais, e você não sabe se será o último.

Pense nisso =)