domingo, 28 de setembro de 2008

Quase me esqueci


37 do segundo tempo. Cá estou em frente ao computador escrevendo sobre Flamengo 0×1 Sport, como se não houvesse mais jogo.

Fazia criticas ao Caio Jr, ao time, ao arbitro que não deu um penalti pro Flamengo no primeiro tempo (deu falta dora da área), e comentava o “fim”do sonho do hexa, que me parecia fato com a derrota.

Eu assistia ao jogo bastante chateado, afinal, todos sabem… tenho lá minha torcida pelo Mengão. As vezes o time merece perder, as vezes o técnico, as vezes o rival foi melhor. Mas, em muitos casos a “dó” vem da torcida, que mete 40 mil pessoas no Maracanã com um dilúvio.

Eis que Juan, num raro lance inteligente do ataque do Flamengo, empata.
Eis que o Maracanã volta a jogar a favor.
Eis que a chuva piora muito.

O tempo passa, não tem mais jogo. É um rachão de varzea na base da raça e de tentar “empurrar” a bola pro gol. A torcida em pé, acreditando até o fim. O time nitidamente esgotado e nervoso. O Sport recuado, e o Flamengo kamikaze.

Mas como? O time jogou mal! O Caio não está fazendo mais um bom trabalho, a torcida estava brava, o Sport é um time bem armado… Como?

Aos 41, me lembrei: É o Flamengo. Parei o meu texto, porque era o Flamengo.

Aos 44, sob uma chuva incrível… Vandinho, pequenino, faz de cabeça. E a maior nação do mundo engole a corneta, pula de alegria e enxerga o hexa ali no fim do túnel novamente.

Porque sofrer tanto? Porque não citar, hoje, os erros?

Porque é Flamengo.

Pro Flamengo nunca pode ser facil. Se é de fato candidato ao título, tem que ser no último minuto. Tem que ser na chuva, na base do ataque cardiaco.

E eu quase cometi o absurdo de esquecer disso e dar o jogo como resolvido. Desculpa, Mengão. Por um momento te confundi com algum outro qualquer.

É o Flamengo. Não tem jeito…

abs,
RicaPerrone