Quem sabe, um dia iremos acordar, olhar para o céu, ver as nuvens mudando de lugar, as folhas do outono no chão da vida, o vento frio da insensatez não desmanchando nosso castelo de sonhos, e descobrir que tudo o que falamos, acreditamos e fizemos contribuiu para um lugar melhor, acrescentou melhoria nos que andaram ao nosso lado, somou para os que depositaram esperanças em nossas mãos, e assim tudo valeu a pena, tudo foi grandioso e merecedor, e por conta disso, todos os novos dias serão confortáveis e de mente tranquila, coração em paz, brilho nos olhos, pétalas de concórdia esparramadas em nossa estrada.
Um dia, quem sabe, iremos despertar desta realidade comodista, enxergar o horizonte da existência, vislumbrar um porto calmo e sereno, sentir o calor flamejante de uma paixão, e aprender que tudo o que refletimos, idealizamos e praticamos, foi preciso para aprender mais, aprender que nada somos quando sós, nada temos quando não repartimos, nada damos quando não ofertamos de nós próprios, nada cala na alma quando tudo é supérfluo, fugaz e efêmero, e por causa desta constatação nosso existir será iluminado e contemplativo.
Quem sabe, um dia... assim, sem mais nem menos, vamos acordar na noite da humanidade, sobressaltados e felizes por termos acordado, agradecidos por abrir os olhos e enxergar mais, gratos por tanto tempo de euforia, entusiasmados com o novo e prometido tempo, em que todos darão as mãos, corações se entrelaçarão, nossos sapatos andarão lado a lado, nossos cabelos se embaraçarão aos outros cabelos, olhos mirarão nos olhos, e aí quero ver o que você fará ao nos ver tão feliz...
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