sexta-feira, 29 de junho de 2007

Se alguém tivesse me dito...


1. É importante ser lembrado, mas pelos motivos certos. Como é que as pessoas que convivem com você hoje (chefes, colegas e professores) vão lembrá-lo daqui a alguns anos? Aquele que sempre colava na prova? Aquele que nunca tinha opinião? Aquele que fazia corpo mole? Ou aquele que sempre tinha um monte de idéias? Pense nisso. O que você está fazendo para colaborar com o seu biógrafo?

2. Quem não se comunica, se trumbica. Está bem, a nossa língua é complicada e são regras demais, quase ninguém se lembra delas. Mas quem lê bastante erra menos. Além disso, é preciso não perder de vista o foco da comunicação. Para que serve um currículo? Não é para mostrar as suas qualificações e motivar alguém a entrevistá-lo? Então em que é que o seu CPF e o curso de francês que durou só uma semana podem ajudá-lo? Currículos não devem ter mais de uma ou duas páginas e servem para resumir o que você tem de melhor, não para encher lingüiça e testar a paciência de quem quer contratá-lo… Outra coisa importante é saber inglês. Não fique fora do mundo!

3. Não basta ser. Tem que também parecer. Se você anda com uma roupa super-sexy que passa o tempo todo insinuando “vejam como sou gostosa”, como você quer que alguém preste atenção na sua competência? Se você anda com a barba por fazer e o cabelo desgrenhado, como quer ter chance de representar a empresa quando for preciso? Pense bem: mascar chiclete de boca aberta ao telefone transmite a imagem profissional que você quer? Fazer fofocas sobre os colegas ajudam a aumentar a sua credibilidade?

4. É importante não competir. Senão, como é que todo mundo vai ganhar? Competição é uma palavra feia que já caiu de moda. Que tal trocá-la por cooperação? Ninguém faz nada sozinho, ninguém é tão bom assim. Faça a sua rede de contatos e inclua os colegas nas suas idéias. Alguém já disse (com razão) que um mais um é sempre mais que dois…

5. As coisas não caem do céu, faça-as acontecerem. Muita gente coloca no currículo que é pró-ativo. Na maioria dos casos, é apenas uma palavra vazia. Quem é pró-ativo mesmo não diz, mostra. Pró-atividade e currículos vazios são mutuamente exclusivos. Para ter experiência não é preciso que uma empresa lhe dê uma chance. Experiência como voluntário também conta, e muito. Até construir e gerenciar um blog sobre uma área de seu interesse vale. Quem quer faz, em vez de ficar choramingando sobre a crueldade do mercado malvado.

6. A curiosidade move o mundo. Não é porque você estuda administração que só vai aprender sobre isso. É claro que você tem que ler tudo sobre o assunto (é o mínimo), mas precisa também ter cultura geral. Todo mundo, principalmente os sortudos que puderam fazer um curso superior, tem a obrigação de saber pelo menos um pouquinho de política, economia, literatura e noções gerais sobre tudo que acontece no planeta. Como dizia o meu avô, aprender não ocupa espaço e se a gente considerar que mesmo os maiores gênios usam menos de 10 % da capacidade do cérebro, dá para aprender à vontade. E não se preocupe – se você estuda publicidade mas é apaixonado por lutas de sumô, com certeza esses conhecimento combinados vão lhe trazer um diferencial importante. Não tenha medo de ser curioso. Não existe conhecimento inútil.

7. Não lute contra o tempo, você vai perder. É essencial saber se organizar e dar conta de tudo o que se promete. Cada um tem o seu jeito, trate logo de descobrir o seu. Nada mais inconveniente do que ouvir aquela conversa mole de que não lê porque não tem tempo. Então só os desocupados lêem? Não acho… penso que os organizados sempre encontram tempo para fazer o que lhes interessa.

8. Conhecimento não é diferencial. Se você acha que conhecimento é poder, sinto informar, mas você está desatualizado. Na era Google, todo mundo pode ter acesso a tudo. O que vai fazê-lo ser diferente não é o que você sabe e guarda trancado na gaveta. É o que você sabe fazer com aquilo que aprendeu. A recombinação original de conhecimentos é que conta, que cria, que transforma. Pense nisso.

9. Você vale pela sua raridade. O mundo não precisa de administradores, publicitários, designers, engenheiros e advogados iguais aos que já existem. As suas características especiais, a sua capacidade de recombinar o que aprendeu, a sua abordagem única de fazer ou pensar uma coisa é que tornam você diferente e único. Se você se limita a aprender apenas o que lhe ensinam, a fazer apenas o que lhe pedem, a cumprir apenas as suas obrigações, más notícias. Não tem espaço para você no mercado.

10. Sem tesão, não há solução. A vida vale mais a pena quando a gente se diverte, quando ama o que faz. Se você não está gostando do curso, do trabalho, da sua história, mude enquanto é tempo! Os melhores em cada área nada mais são do que apaixonados por aquilo que escolheram fazer.




Autora: Lígia Fascioni

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